31 outubro, 2008

Serra do Luar





















Amor, vim te buscar
Em pensamento
Cheguei agora no vento
Amor, não chora de sofrimento
Cheguei agora no vento
Eu só voltei prá te contar
Viajei...Fui prá Serra do Luar
Eu mergulhei...
Ah!!!Eu quis voar
Agora vem, vem prá terra descansar....

Viver é afinar o instrumento
De dentro prá fora
De fora prá dentro
A toda hora, todo momento

(Walter Franco)


Halloween
















O Halloween acontece nas noites dos dias 31 de Outubro que são geralmente celebradas com festas a fantasia, fogueiras e com crianças fantasiadas de monstros, fantasmas, bruxas, etc., saindo de casa em casa pedindo doces (brincadeira de 'trick or treat'- travessuras ou doces).


Simbolismo e suas origens:

Definição:
Hallowed é uma palavra do Inglês antigo que significa 'santo', e 'e’en' também de origem inglesa significa 'noite', então o significado é 'Noite Santa' ou 'All Hallows Eve', 'Noite de Todos os Santos'.
O dia 31 de outubro não é uma escolha por acaso. No calendário celta, este é um dos quatro principais dias de descanso das bruxas, os quatro dias de 'meio trimestre'. O primeiro, 2 de fevereiro, conhecido como Dia da Marmota, honrava a Brigite, a deusa pagã da cura. O segundo, um feriado de maio chamado Beltane, era entre os bruxos, o tempo de plantar. Neste dia os druidas executavam ritos mágicos para incentivar o crescimento das plantações. O terceiro, uma festa de colheita em agosto, era comemorado em honra ao deus sol, a divindade brilhante, Lugh. Esses três primeiros dias marcavam a passagem das estações, o tempo de plantar e o tempo de ceifar, bem como o tempo da morte e ressurreição da terra. O último, Samhain, marcava a entrada do inverno. Nesse tempo, os druidas executavam rituais em que um caldeirão simbolizava a abundância da deusa. Dizia-se que era tempo de 'estado intermediário', uma temporada sagrada de superstição e de conjurações de espirito.

Para os druidas, 31 de outubro era a noite em que Samhain voltava com os espíritos dos mortos. Eles precisavam ser apaziguados ou agradados; caso contrário, os vivos seriam ludibriados. Acendiam-se enormes fogueiras nos topos das colinas para afugentar os espíritos maus e aplacar os poderes sobrenaturais que controlavam os processos da natureza. Recentemente alguns imigrantes europeus, de um modo especial os irlandeses, introduziram o Halloween nos Estados Unidos. No final do século passado, seus costumes se haviam tornado populares. Era ocasião de infligir danos às propriedades, e consentir que se praticassem atos diabólicos não tolerados noutras épocas do ano.

A Igreja Católica celebrava originalmente o 'Dia de Todos os Santos' no mês de maio e não dia 1 de novembro como é feito atualmente. O Papa Gregorio III, em 835, tentando apaziguar a situação nos territórios pagãos recém conquistados no noroeste da Europa, permitiu-lhes combinar o antigo ritual do 'Dia de Samhain' ou 'Vigília de Samhain' (algo parecido com o que os católicos fizeram no Brasil com os deuses africanos e os santos da igreja no tempo da escravidão). O Panteão de Roma, templo edificado para adoração de uma multiplicidade de deuses, foi transformado em igreja. Os cristãos celebravam ali o dia dos santos falecidos no dia posterior ao que os pagãos celebravam o dia de seu Senhor dos Mortos.

Druidas
Estes eram membros de um culto sacerdotal entre os celtas na antiga França, Inglaterra e Irlanda que adoravam deuses semelhantes aos dos gregos e romanos, mas com nomes diferentes. Pouco se sabe sobre eles, pois os sacerdotes passavam seus ensinamentos apenas oralmente jurando e fazendo jurar segredo. Algumas práticas porém são conhecidas. Eles moravam nas florestas e cavernas, e diziam dar instruções, fazer justiça e prever o futuro através de vôo de pássaros, do fogo, do fígado e outras entranhas de animais sacrificados. Os druidas também ofereciam sacrifícios humanos e tinham como sagrados a lua, a 'meia-noite', o gato, o carvalho, etc. Os druidas foram dizimados pelos romanos na França e Inglaterra antes do final do primeiro século, mas continuaram ativos na Irlanda até o quarto século.

Bruxas e fantasmas

Os antigos druidas acreditavam que em uma certa noite (31 de outubro), bruxas, fantasmas, espíritos, fadas, e duendes saiam para prejudicar as pessoas.

Lua cheia, gatos e morcegos
Acreditava-se que a lua cheia marcava a época de praticar certos rituais ocultos. O gato estava associado as bruxas por superstição. Acreditava-se que as bruxas podiam transferir seus espíritos para gatos, então acreditava-se que toda bruxa tinha um gato. O gato era tido como 'um espírito familiar' e muitos eram mortos quando se suspeitava ser uma bruxa. Os druidas também tinham os gatos como animais sagrados, acreditando terem eles sido seres humanos transformados em gatos como punição por algum tipo de perversidade. Representavam portanto seres humanos encarnados, espíritos malvados, ou os 'espíritos familiares' das bruxas. A cor do gato originalmente não era um fator importante. O morcego, por sua habilidade de perseguir sua presa no escuro, adquiriu a reputação de possuir forças ocultas. O mamífero voador também possuía as características de pássaro (para o ocultismo, símbolo da alma) e de demônio (por ser noturno). No período medieval acreditava-se que demônios transformavam-se em morcegos.

Cabeças de abóbora (“JACK-O-LANTERNS”)
A lanterna feita com uma abóbora recortada em forma de 'careta', veio da lenda de um homem notório chamado Jack, a quem foi negada a entrada no céu, por sua maldade, e no inferno, por pregar peças no diabo. Condenado a perambular pela terra como espirito até o dia do juízo final, Jack colocou uma brasa brilhante num grande nabo oco, para iluminar-lhe o caminho através da noite. Este talismã (que virou abóbora) simbolizava uma alma condenada.

Travessuras ou Gostosuras – “TRICK OR TREAT”
Acreditava-se na cultura celta que para se apaziguar espíritos malignos, era necessário deixar comida para eles. Esta prática foi transformada com o tempo e os mendigos passaram a pedir comida em troca de orações por quaisquer membros mortos da família. Também neste contexto, havia na Irlanda a tradição, que um homem conduzia uma procissão para angariar oferendas de agricultores, a fim de que sua colheitas não fossem amaldiçoadas por demônios. Uma espécie de chantagem, que daí deu origem ao 'travessuras ou doces' 'Trick or Treat'.

As máscaras e fantasias

As máscaras têm sido um meio de supersticiosamente afastar espíritos maus ou mudar a personalidade do usuário e também de comunicação com o mundo dos espíritos. Acreditava-se enganar e assustar os espíritos malignos, quando vestidos com máscaras. Também em outras culturas pessoas tem usado máscaras para assustar demônios que acreditavam trazer desastres como epidemias, secas, etc. Grupos envolvidos com magia negra e bruxaria também usam máscaras para 'criar uma ligação' com o mundo dos espíritos.

As fogueiras

A palavra inglesa para fogueira (de acampamento, festas, etc.) é 'Bonfire'. Alguém pode até pensar que quer dizer 'fogo bom', mas na verdade vem de 'Bone' (osso) + 'Fire' (fogo). Nas celebrações da 'Vigília de Samhain' nos dias 31 de outubro, os druidas acreditavam poder ver boas coisas e mal agouros do futuro através do fogo. Nestas ocasiões, os druidas construíam grandes fogueiras com cestas de diversos formatos e queimavam vivos prisioneiros de guerra, criminosos e animais. Observando a posição dos corpos em chama, eles diziam ver o futuro. Mais tarde, mulheres, crianças, filósofos e cientistas foram 'assados' vivos por católicos, calvinistas e luteranos.

As cores laranja e preto
As cores usadas no Halloween, o laranja e o preto, também tem sua origem no oculto. Elas estiveram ligadas a missas comemorativas em favor dos mortos, celebradas em novembro. As velas de cera de abelha tinham cor alaranjada, e os esquifes eram cobertos com tecidos pretos.



30 outubro, 2008

Visão




Te vejo
deitado como um gato
alongado no telhado
enrolado no novelo.

Te vejo
deitado como um gato
calado, quieto, olhar felino
olhar perverso
apenas na espreita.


(Regina Fernandes)

29 outubro, 2008

Agora é tarde, Inês é morta!


“Quando a paixão entra pela porta principal, a sensatez foge pela porta dos fundos”.





















Em outras épocas existiram belas e românticas histórias de amor. Infelizmente a história de Pedro e Inês teve um triste fim.


O príncipe D. Pedro, filho de D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela, nasceu em Coimbra, em 8 de Abril de 1320 e morreu em Lisboa, em 18 de Janeiro de 1367. Reinou de 1357 a 1367 (8º rei de Portugal), como D. Pedro I, o justiceiro, cognome que lhe foi atribuído pelo povo por ter exercido uma justiça exemplar, sem discriminações entre plebeus e nobres.
Em 1328, com apenas 8 anos de idade, a princesa D. Branca de Castela, foi-lhe prometida em casamento. Porém o matrimônio não chegou a consumar-se por debilidade física e mental da noiva. Novo consórcio foi tratado em 1334, com a infanta D. Constança, filha de D. João Manuel, infante de Castela. A noiva veio para Portugal, em 1340, acompanhada por um séquito, do qual fazia parte uma aia, sua parente, fidalga de origem bastarda, chamada Inês de Castro, filha do fidalgo castelhano Pedro Fernandez de Castro.
Inês de Castro, segundo os poetas, era uma mulher lindíssima. O príncipe D. Pedro apaixonou-se perdidamente pela bela Inês, esquecendo as conveniências e as reprovações. Ela correspondeu-lhe e passou a ser a sua alma gêmea. Por ela, D. Pedro desprezou as convenções da corte e desafiou, frontalmente, tudo e todos.
A corte considerava uma afronta aquela ligação indecorosa pelos problemas morais e religiosos que levantava, bem como pelo perigo que a influência da família dos Castros poderia trazer à coroa portuguesa. Apesar disso tudo, Inês de Castro e D. Pedro viviam, despreocupadamente o seu idílio.
Todavia, as intrigas que chegavam ao Rei D. Afonso IV, o bravo, apressavam o monarca a agir. Embora o rei compreendesse as razões daquela ligação perigosa, todo o enredo o levou a tomar uma decisão drástica decidindo pela execução de Inês de Castro. Deste modo, foi selado o destino de Inês, sem sequer levarem em conta que ela era mãe de 4 filhos do príncipe D. Pedro. Assim, na manhã sinistra de 7 de Janeiro de 1355, os executores régios, aproveitando a ausência do infante D. Pedro, nas suas habituais caçadas, penetraram no paço e ali mesmo decapitaram aquela que depois de morta foi rainha de Portugal.
Inconsolável com a perda de Inês, D. Pedro chegou a declarar guerra ao pai. Dois anos depois, quando da morte de D. Afonso IV e de sua subida ao trono, aos 37 anos, D. Pedro I diligenciou a captura dos assassinos de D. Inês.
Mais tarde, D. Pedro I mandou esculpir outro monumento, semelhante ao da sua amada, colocando-o em frente ao da sua Inês, para, após a sua morte, permanecer ao lado do seu grande AMOR.
Procurando dignificar o nome de Inês de Castro, D. Pedro declarou solenemente que sete anos antes casara com ela em Bragança, tendo esta afirmação pública sido proferida em 12 de Junho de 1360, em Cantanhede.

Dom Pedro e Inês de Castro viveram uma das mais belas e trágicas histórias de amor. Uma história que foi imortalizada em poemas, novelas, dramas, pinturas, esculturas, e até em composições musicais, e que, mesmo após 650 anos, continua encantando corações.

28 outubro, 2008

Gosto





Gosto da vida que levo
e do jeito que a vida me leva,
das muitas vidas
que fazem parte da minha.

Gosto do sonho, da poesia,
do amor, da fantasia
e da desrazão....
Por que não?


(Regina Fernandes)

27 outubro, 2008

Era uma casa muito engraçada...


Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos Bobos
Número zero

(Vinicius de Morais)

22 outubro, 2008

I Jornada Rondoniense de Medicina Intensiva


Quando





















Quando ouço meu coração
enxergo com os olhos da alma
vejo a vida com magia
tudo encanta meu dia.
A noite tem mais estrelas
o mar tem menos segredos.
Quando ouço meu coração
te vejo com olhos de algodão.


Regina Fernandes

21 outubro, 2008

Sem destino




















Preciso partir
sem data e sem destino
para matar saudades e rever recantos
não tenho hora para ir, nem para voltar.

Preciso partir
preparei minha bagagem
não sei os lugares que passo, nem aqueles que fico.

Preciso partir
Sem paradas obrigatórias
com calma, com a alma

Preciso partir
vou procurar encantos...


Regina Fernandes


20 outubro, 2008

Ausência
















Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.


Carlos Drummond de Andrade

19 outubro, 2008

Bolsa de Mulher















Bolsa de mulher tem de tudo! Essa frase ouvida pelos quatro cantos do mundo diz uma verdade! Acontece que os homens pensam que a imaginação feminina na hora de escolher o que vai colocar na bolsa vai muito mais além do que a mulher vai usar. Será verdade?
Bom, para começar eu gosto de bolsas grandes, nela podemos levar sempre o necessário e ainda assim fico achando que está faltando alguma coisa. A idéia é garantir à mão tudo o que se precisa no dia a dia.
Outro dia resolvi olhar com atenção para ver o que tinha dentro da minha: um estojo pequeno com 2 batons vermelhos (não posso viver sem eles) e um espelhinho, um rimel, celular, agenda, um porta-cartão de visita, comprimidos para dor de cabeça (enxaqueca não marca hora, não é mesmo), caderninho de anotações (para nunca perder uma idéia), canetas (3), escova de cabelo, carteira de dinheiro, bolsinha de moedas, chaveiro com as chaves do carro e de casa, carteira de documentos, um par de óculos de grau e outro de sol, lixas de unha, um envelopinho com lenços de papel, um terço e meu MP4. Devo ser mais do que prevenida, mas a verdade é que acredito que só tem o indispensável.
Talvez essa característica da bolsa grande venha de uma auto-proteção, um desejo de estar prevenida nas situações do cotidiano e a previsibilidade parte do mundo feminino, faz parte da natureza da mulher. Umas mais exageradas outras mais comedidas, mas todas muito parecidas.


Regina Fernandes

18 outubro, 2008

Justiça decide: chope só com colarinho















Disso todo boemio já sabia, mas agora é sentença: o Tribunal Regional Federal determinou que chope sem colarinho não é chope.

Demonstrando desenvolvimento no tema ( rsrsrs ) o TRF firmou no acordão que, "a medição realizada na bebida deve ser considerada o colarinho, pois este integra a própria medida e é o próprio produto no estado de espuma em função do processo de pressão a que é submetida a referente bebida".


Fonte: O Globo (17/10/2008)

17 outubro, 2008

Caminhante




Prefiro caminhar sem pernas para sentir leveza
meus passos não são certos
mas são intensos e com eles traço
uma linha sem mistérios.

Caminhando desbravei mundos
conheci mares, descobri novas eras
coloquei meus passos em outros passos
explorei fundo o meu espaço.

Me entranhei pelas matas,
pedi água, pedi pousada e fui ficando
fui entrando, bem no coração da floresta..

Pelo caminho carreguei meus sonhos e minha vida inteira
tomei nas mãos um raio de luar, levinho como um pensamento,
abracei um vento que trouxe um gorjeio
que na concha de minha mão pude abrigar.

E agora sou migrante de outros caminhos
uma estrangeira sem ninho.
Mas tenho meus pés livres para continuar
passos incertos, mas verdadeiros e abertos.


(Regina Fernandes)

16 outubro, 2008

Um olhar sobre a Sublimação

























Sublimação designa certos tipos de realizações movidas por um desejo que não visa manifestamente a uma satisfação sexual, tais como a criação artística, a investigação intelectual, atividades humanitárias e culturais que são muito valorizadas pela sociedade.
Um impulso tem seu objetivo substituído por outro desprovido de caráter sexual, tornado-o mais “digno”. Ela privilegia, atua eletivamente sobre os impulsos parciais, elementos “pervertidos” da sexualidade que não conseguem integrar-se na forma definitiva da genitalidade. A atividade sexual sublimada requer, num primeiro momento, o deslocamento da libido de seu objeto e sua concentração no ego e, só então, ela vai se orientar para um novo objeto externo. Por isso mesmo, a sublimação está estreitamente ligada à dimensão narcisista do ego. O narcisismo que ressurge se desloca para o ego ideal, cheio de perfeição e valor, como o ego infantil. O ego ideal nesse momento é o alvo do amor de si mesmo.
A sublimação diz respeito à libido objetal, à idealização, ao objeto que é engrandecido e exaltado na mente do indivíduo. As exigências do ego são aumentadas pela formação de um ideal, o que é um fator poderoso para a repressão. A formação do ideal do ego não pode ser confundida com sublimação que constitui um processo que pode ser estimulado pelo ideal. O ideal do ego é o caminho para a sublimação. A pessoa pode trocar o seu narcisismo por um ideal elevado do ego sem, contudo sublimar suas pulsões. Percebemos que Freud infere que do mesmo modo que o ego se empobrece em benefício dos investimentos objetais libidinados e em favor do ideal do ego, se enriquece com as satisfações em relação ao objeto ao realizar o seu ideal. O ego, quando se afasta do narcisismo primário, procura esse estado anterior. A sublimação se desenvolve a partir da constituição do superego, como resposta a interdições e normas que impossibilitam a satisfação direta das pulsões.
A sublimação é um processo inconsciente que tem por objetivo desviar as forças da pulsão sexual e integrá-las com outras finalidades, que não sejam as da pulsão sexual. É o ato que permite ao sujeito se desfazer de sua identificação ao falo, a realização o liberta. O eu ideal se desvanece na lembrança do que terá sido.
A sublimação é uma tendência que vai recair sobre objetos que são os mais elevados, que todo ato de criação, toda questão da obra de arte são desvios da finalidade da pulsão. Todo ato de criação é um ato sublimatório porque é o aproveitamento de uma energia sexual. Não podendo se realizar, o aparelho aproveita a energia da pulsão sexual e aplica numa outra finalidade. As pulsões, por serem modificadas em suas finalidades, tornam-se um fator preventivo e de defesa contra a neurose.
O artista pinta na mesma intensidade daquela pulsão sexual que não ocorreu, é uma busca de algo que existe na lembrança. Possibilita ao autor da obra, qualquer que seja, tomar uma certa distância de algo que não mais investe o seu corpo por estar perdido. Mas é preciso reencontrar alguma coisa que ainda existe na lembrança. É preciso, então, cantar, dançar, criar para não correr o risco de se perder. A criação é necessária à existência. O homem é capaz de muita sublimação para inventar, criar e não adoecer. Todos somos obrigados a sublimar para viver.
A frustração não decide sozinha a doença ou a saúde. Enquanto o recalque da pulsão cria tensão, a sublimação oferece uma saída “normal” ao indivíduo, permitindo não somente evitar tensões desagradáveis como também possibilitando a aplicação de suas energias em caminhos não neuróticos. A sublimação, na busca de uma descarga total devido a excitações hiperintensas de várias fontes sexuais, é uma satisfação parcial que será obtida graças a outros objetos. É uma satisfação irremediavelmente parcial porque não será completa a descarga de sua tensão, essas excitações vão encontrar escoamento em caminhos construtivos.


Regina Fernandes
(Psicanalista)

15 outubro, 2008

Livre





Livre corre minha alma
Como um cavalo selvagem
Na relva verde do campo.
Sozinha
Sentindo a chuva, o vento
No peito encontra a calma
Nos sonhos encantamento.

(Regina Fernandes)

14 outubro, 2008

Eu tive um desses! Bons tempos!


Karmann Ghia TC ( Volkswagen ) - 1970

Tatiana e Alexandre - Final de semana em Niterói

Perguntei a um sábio a diferença que havia
entre amor e amizade, ele me disse essa verdade:

O Amor é mais sensível, a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas, a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho, na Amizade compreensão.
O Amor é plantado e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida companheira.
Mas quando o Amor é sincero, ele vem com um grande amigo, e quando a Amizade é concreta, ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem dentro do seu coração.


13 outubro, 2008

Casanova: o jogo da sedução





















Ao contrário dos outros grandes sedutores de mulheres da literatura universal, Giacomo Casanova não é um personagem de ficção. Ele realmente existiu. Nasceu em Veneza, em 1725 era filho de atores e morreu em 1798. Sua fama foi graças à sua própria vida, contada por ele mesmo em suas “Memórias”. Teve uma ótima educação era doutor em direito, possuía profundos conhecimentos de teologia, filosofia e matemática, e falava vários idiomas como o grego, latim, francês, hebreu, além de se virar em espanhol e inglês. Exerceu diversas profissões, que abandonou logo em seguida. Foi padre, militar, músico e até mesmo agente secreto. Dizem que tinha um belo físico, que dançava muito bem e era excelente na esgrima e na equitação. Adorava viajar e percorreu várias vezes toda a Europa.

Casanova é essencialmente um ser do prazer, não é um sedutor estratégico, ele não planejava, não calculava. Vivia o momento e era totalmente dominado por suas paixões. Queria seduzir todas as mulheres e amava a todas, mulher do povo ou mulher da corte, jovem ou velha, bela ou feia, um verdadeiro caos sem freio e sem escolha. “... Casanova não somente se deleita com o seu próprio prazer, mas o prazer do outro o enche de deleite. Ele gosta do prazer que proporciona às mulheres" (Marceau 1948, p. 142).
É inútil procurar nele motivos ocultos e inconfessáveis ou segredos que não deviam ser revelados. Casanova foi um ser de superfície, cujo exterior se confundia com o interior e cujo objetivo se esgotava no instante presente. Ele seduzia de maneira simples, sem reservas, se abandonava completamente, possuído pelas mulheres. É o corpo delas que ele queria não a alma.


Regina Fernandes
Psicanalista


12 outubro, 2008

Dia da Criança





A criança que vive em mim, acredita que existe um mundo puro de amor onde as pessoas possam viver melhor, veio para este mundo em busca da felicidade, de um mundo sem maldade, onde os sonhos viram realidade, acredita nos homens de boa vontade, nas mulheres de grande coragem e na inocência dos pequeninos, tem a alma limpa, tem o coração aberto, tem o sorriso da esperança e a alegria de criança.


Nossa Senhora Aparecida

























Cubra-me com seu manto de amor
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor
Me faz suportar
Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo ferido de espinhos
Me ajude a passar
Se ficaram mágoas em mim
Mãe, tira do meu coração
E aqueles que eu fiz sofrer
Peço perdão
Se eu curvar meu corpo na dor
Me alivia o peso da cruz
Interceda por mim, minha Mãe
Junto a Jesus
Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino, do meu caminho
Cuida de mim ...


(trecho da música de Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

11 outubro, 2008

100 anos de Cartola





















A tradicional feijoada da Mangueira presta hoje uma homenagem ao centenário de nascimento de seu fundador, Cartola.
Nascido em 1908, Cartola foi para a Mangueira aos 11 anos. Desde então passou a participar das festas de rua tocando cavaquinho.
Ao longo da vida, além de músico, trabalhou em tipografias, foi pedreiro, vigias e lavador de carros. Já consagrado, abriu com a mulher, Dona Zica, o restaurante Zicartola, que se tornou uma referência na história do samba.
O apelido Cartola veio do chapéu de coco que ele usava na época em que era pedreiro, para evitar que o cimento caísse sobre sua cabeça.
Cartola morreu de câncer, em 1980.




AS ROSA NÃO FALAM

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim
Volto ao jardim com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti
Devias vir para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
por fim...

Fotografia e Memória


Trolleybus - Niterói 1953

10 outubro, 2008

























Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado...


(Clarice Lispector)

09 outubro, 2008





















Me assusta e acalma
Ser portadora de várias almas
De um só som comum em eco
Ser reverberante
Espelho, semelhante
Ser a boca
Ser a dona da palavra sem dono
De tanto dono que tem.


(Elisa Lucinda)

Sawabona




















Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.
E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada cérebro é único.
Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.
Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

Caso tenha ficado curioso em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África quer dizer "EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É IMPORTANTE PRA MIM".
Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA que é "ENTÃO EU EXISTO PRA VOCÊ"


(Flávio Gikovate)

08 outubro, 2008

Café da Manhã






Acorda!
Seu café está na mesa
posta só para você
para satisfazer seus desejos
para que o dia comece
com a ilusão de te ver.

(Regina Fernandes)

Homenagem: Semana da Criança





















Eu tinha 6 anos. A casa vazia. Não tinha ninguém lá.
Senti medo, eu estava sozinha. Pulei a janela, chorei, fiz um escarcéu, fui pra casa do vizinho.
Dias depois você chegou. Lindinha, cheia de cachinhos.
Nunca mais fiquei sozinha. Só feliz...



07 outubro, 2008

Em casa... meu cantinho...


















"...E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também..."


(Oswaldo Montenegro)



















E vem essa cigarra no meu peito já querendo ir cantar noutro lugar...

(Gonzaguinha)


06 outubro, 2008

Poeminha Amoroso




















Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...


(Cora Coralina)

Espinhos



Esses espinhos quem me deu
esses versos quem escreveu...
As rosas trouxeram os espinhos
junto com trovas de paixão.
Espinhos, palavras em vão
desamor, aflição...


(Regina Fernandes)

05 outubro, 2008

Um pouco sobre Vinhos...




















Não se pode apontar precisamente o local e a época em que o vinho foi feito pela primeira vez, um cacho de uvas caído, potencialmente, torna-se, um tipo de vinho. O vinho não teve que esperar para ser inventado: ele estava lá, onde quer que uvas fossem colhidas e armazenadas em um recipiente que pudesse reter seu suco.

O vinho está relacionado à mitologia grega. Um dos vários significados do Festival de Dionísio em Atenas era a comemoração do grande dilúvio com que Zeus (Júpiter) castigou o pecado da raça humana primitiva. Apenas um casal sobreviveu. Seus filhos eram: Orestheus, que teria plantado a primeira vinha; Amphictyon, de quem Dionísio era amigo e ensinou sobre vinho; e Helena, a primogênita, de cujo que nome veio o nome da raça grega.

De acordo com a cor, o vinho pode ser tinto, rosado, clarete (ou palhete) e branco. Conforme o sabor pode ser doce, semi-seco ou seco. Os vinhos doces contêm altas porcentagens de açúcar, enquanto os secos têm pouco ou nenhum açúcar, embora não sejam amargos.

Outra classificação freqüente distingue, de maneira geral, vinhos comuns e especiais. Comuns são os vinhos maduros ou verdes, resultantes da fermentação normal do mosto (é o caldo ou suco obtido das frutas, após serem espremidas, destinadas à elaboração dos diversos tipos de vinhos). Os vinhos especiais compreendem os licorosos, os doces de mesa, os espumantes naturais e os espumantes gaseificados.

Além dos principais componentes, água, açúcar e álcool etílico, mais de quatro centenas de constituintes conhecidos entram na complexa composição do vinho e contribuem para seu sabor, aroma e cor. Essas substâncias conferem ao vinho qualidades que dependem também do tipo de mosto, do tempo de maturação, da videira de que procedem as uvas, do processo de fabricação e de outros fatores. Essas qualidades, chamadas propriedades organolépticas ou sensorialmente perceptíveis, incidem sobre três sentidos: a visão, com as variações no tocante à cor, brilho, limpidez, transparência; o olfato, com o aroma e o buquê (aquele devido a características da videira ou da fermentação, este derivado do envelhecimento); e o paladar, que reúne propriedades como sensação de encorpadura do líquido, doçura, secura, rascância.

A Essência do Vinho Tinto

1. Cabernet Sauvignon: esta uva, uma das mais populares do mundo, dá origem a um vinho seco, encorpado, de tonalidade violeta e acentuado bouquet. Elaborado na região de Bordeaux (França), esse tipo de vinho apresenta alta longevidade, robustez e estrutura. É forte e concentrado, podendo acompanhar carne de gado, filés, bacalhau e queijos fortes.
2. Cabernet Franc: uva de origem francesa que gera excelentes vinhos, tanto quando vinificada pura, como quando em combinação com outras uvas. Produz um vinho refinado, de cor não muito intensa, relativamente ligeiro e elegante. O Cabernet Franc possui odores frutados e herbáceos quando jovem. É leve e macio ao paladar e acompanha pratos como frango e massas com molhos leves.
3. Tannat: Originária do sul da França, esse tipo de uva adaptou-se muito bem no Uruguai. O vinho Tannat apresenta boa cor e excelente estrutura. Possui sabor frutado, com leve passagem pelo carvalho, que lhe confere equilíbrio e complexidade. Por ser um vinho bastante encorpado, acompanha pratos fortes, como carnes vermelhas e queijos de sabor acentuado.
4. Merlot: com ótimos resultados em diferentes lugares do mundo, esta uva dá origem a um vinho seco, encorpado, de cor intensa e baixa acidez. O Merlot possui sabor mais adocicado, com gosto aveludado e harmônico. Quando jovem, acompanha pratos leves, e quando maduro, combina com sabores fortes, como grelhados, strogonoff de carne e queijos bem temperados.
5. Malbec: Uva originária da região de Bordeaux, que foi difundida com êxito para fora da França, principalmente para a Argentina. Com este tipo de uva, é elaborado um vinho de aromas frutados, bom corpo e acidez balanceada. O Malbec é uma deliciosa opção de acompanhamento para massas, aves e carnes assadas.
6. Pinot Noir: esta uva, cultivada em diversos países, produz um vinho seco, encorpado, de cor violácea e sabor delicado. É originário da Borgonha francesa, onde se fabrica o Romanée-Conti, considerado um dos vinhos mais prestigiados e caros do mundo. Possui corpo médio e é sensível à umidade. Acompanha frutos do mar, massas, fondues e aves.

A Essência do Vinho Branco

1. Chardonnay: esta uva é considerada uma das melhores para a fabricação de vinho branco. É cultivada em diversos em diversos países, pois se adapta facilmente a diferentes tipos de clima. Gera um vinho seco, límpido, harmônico e agradável. O Chardonnay possui aromas sutis, equilibrados e refrescantes. Ideal para acompanhar carne branca, massas, queijos leves e frutos do mar.
2. Riesling Itálico: uva que prospera em regiões frias e gera um vinho com sabor suave, aromas de frutas cítricas e um frescor particular. No Brasil, possui acentuado caráter jovem e delicado, sendo uma ótima opção para acompanhar aperitivos, pratos leves, como peixes, queijos suaves e sobremesas.
4. Gewurztraminer: vinho seco, com aromas que lembram frutas e flores do campo. De sabor intenso e agradável, o Gewurztraminer é elaborado com uvas originárias da região da Alsácia, no norte da França, e da região do Reno, na Alemanha. Acompanha presunto cru, comida chinesa, peixes e vários tipos de sobremesas.
5. Sauvignon Blanc: uva branca cultivada nos mesmos locais que a Semillón. Produz um vinho seco, encorpado, de aroma herbáceo, sabor marcante e amargo. O Sauvignon Blanc amadurece muito bem na garrafa, mas é extremamente sensível à podridão. O frescor e a leve agressividade gustativa deste tipo de vinho combinam com pratos de sabor mais pronunciado, com atum, salmão e aspargos.
6. Semillón: uva originária de Bordeaux, na França, mas que é produzida também na Nova Zelândia, Chile, África do Sul e Austrália. Seu produto é um vinho seco, de acentuada acidez, aromas intensos e sabor marcante. Além de forte, o Semillón é um vinho acetonado e bastante sensível à podridão. Acompanha refeições com peixes e queijos.

04 outubro, 2008

Memórias




















Memórias de um tempo perdido
tempo partido, partilhado
tempo passado.
Memórias em preto e branco,
lembranças, miragens
que vão rasgando o mar e o vento.
Tempo que parte e se reparte
no coração, no pensamento...


(Regina Fernandes)

03 outubro, 2008

Sobre a Resistência na Clínica Psicanalítica
















A aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e do complexo de Édipo são os conteúdos principais da psicanálise e os fundamentos de sua teoria,e quem não estiver em condições se subscrever todos eles não deve figurar entre os psicanalistas.
(S. Freud)


Antes da virada do século, procurando resolver certos impasses criados pela utilização da hipnose terapeuticamente, Freud elaborou uma nova técnica, intermediária entre a hipnose e a técnica psicanalítica propriamente dita que só foi estabelecida posteriormente. Essa técnica intermediária era ainda uma técnica sugestiva, no sentido de facilitar o retorno do material recalcado, contudo prescindia que o paciente diminuísse seu nível de vigília tal como ocorria no sono hipnótico. O que ocorria era que no decorrer do fluxo associativo, freqüentemente, apareciam momentos em que o paciente dizia que sua mente estava em branco, vazia de qualquer idéia ou imagem. Freud dizia, então, ao paciente que isso não podia ser assim, que alguma idéia devia estar bloqueada, e que ela apareceria quando tocasse a cabeça do paciente com as mãos. Era, portanto uma atividade sugestiva do terapeuta, propiciadora da continuação do fluxo associativo. Foi nesse contexto que Freud isolou o fenômeno da resistência.
À luz dessa situação, Freud supôs que à força sugestiva do médico se opunha uma outra força, no interior do paciente, que impedia o retorno das idéias recalcadas. Essa era a resistência que devia ser superada pelo analista. Descoberto o fenômeno, Freud percebeu que tanto a hipnose quanto aquela técnica sugestiva intermediária não desfaziam a resistência, mas simplesmente, contornavam-na. Uma vez terminada a ação diretiva do analista, a resistência reapareceria e as idéias recalcadas continuavam fora do acesso à consciência, sem qualquer elaboração.
É necessário pontuar uma dificuldade clínica que faz com que Freud desenvolva sua teoria a fim de abranger a explicação do fenômeno, sublinhar que a modificação efetiva do método clínico só pode ser nitidamente observado no caso de “Elizabeth Von R” paciente de Freud, particularmente refratária à ação hipnótica.
O conhecimento teórico da resistência vai demonstrar que o caminho para o acesso às idéias conscientes deve-se dar através da técnica da livre associação que passa então a ser a regra fundamental de um novo método, a psicanálise.
Após o estabelecimento da técnica psicanalítica, Freud constatou que as representações recalcadas emergiam normalmente após a resistência ter sido desfeita. Com isso, o esforço do analista devia concentra-se na detecção das resistências e em seu esclarecimento. É nesse momento que Freud vai então constatar clinicamente o fenômeno da “transferência” que, junto com a resistência constituem, dentro da teoria psicanalítica, o par de fenômenos de maior importância no processo analítico. Portanto, o método psicanalítico vai se estruturar a partir da explicitação desses dois fenômenos clínicos: resistência e transferência.
Em um de seus célebres artigos sobre a técnica, Freud vai concluir que: “... a contrapartida da associação livre no paciente corresponde à atenção flutuante no analista” (Freud, S. “Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise”. p.15).
Com tal afirmação, ele alerta que o analista deve evitar toda a influência consciente sobre a capacidade de escuta e abandonar-se por completo à sua memória inconsciente. No entanto, para que o analista possa servir-se de seu próprio inconsciente como instrumento na análise, é preciso não tolerar qualquer resistência que afaste de sua consciência o que seu inconsciente percebeu; caso contrário, induziria na análise uma forma de seleção e distorção que seria muito mais prejudicial que aquela oriunda do esforço de concentração calcado na atenção consciente.
Nesse sentido, é função do analista, por excelência, escutar e pontuar a vertente do desejo no discurso do analisando, tendo como desafio driblar a resistência que, por parte do analista, imporia em seleções, logificações e racionalizações.
Para isso, se faz necessário, “uma purificação psicanalítica” e conseqüentemente ter conscientes os seus próprios complexos que seriam passíveis de interferir na escuta do material do paciente. Freud adverte ainda que todo o recalcamento não resolvido do analista constitui um poderoso ponto cego em sua escuta analítica.
Isto posto, é de fundamental importância que o analista, em sua formação, se submeta a um tratamento analítico efetivo, a fim de ter acesso às suas questões inconscientes. Na verdade, o analista só consegue escutar alguém se ele também tiver sido escutado anteriormente. Com efeito, a “objetividade” de um analista consiste, principalmente, em uma determinada posição ética, face à sua própria subjetividade.

Regina Fernandes
(Psicanalista)

02 outubro, 2008

Tenta esquecer-me...

















Tenta esquecer-me... Ser lembrado é como evocar
Um fantasma... Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!



(Mário Quintana)

01 outubro, 2008

Tenho tanto sentimento

Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.


(Fernando Pessoa)

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Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei, e da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras mudas que te dediquei....
O amor é quando a gente mora um no outro."


(Mário Quintana)