28 abril, 2009

Os Degraus














Não desças os degraus do sonho
para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
os deuses, por trás das suas máscaras,
ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

(Mario Quintana)

24 abril, 2009














"Mal posso acreditar que tenho limites, que sou recortada e definida. Sinto-me espalhada no ar, pensando dentro das criaturas, vivendo nas coisas além de mim mesma. Quando me surpreendo ao espelho não me assusto porque me ache feia ou bonita. É que me descubro de outra qualidade. Depois de não me ver há muito quase esqueço que sou humana, esqueço meu passado e sou com a mesma libertação de fim e de consciência quanto uma coisa apenas viva."

(Clarice Lispector)

21 abril, 2009

Fotografia e Memória




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19 abril, 2009

Hoje é dia de Festa!





















Estamos completando dois anos! E neste tempo só tenho a agradecer aos amigos, queridos, importantes e essenciais, que passaram por aqui e que com sua presença dividiram, somaram e multiplicaram a alegria que eu tenho com este espaço a cada dia.
À todos vocês, que são o meu presente de todos os dias, agradeço de todo meu coração.
Muito obrigada.



Soneto de Aniversário

"Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece."

[Vinícius de Moraes]

16 abril, 2009

O jogo da culpa














Todos os conflitos que temos com os outros, independentemente de suas formas, são simples variações do jogo da culpa. Nosso ego está constantemente lutando com as perguntas: “Quem é culpado?”, “Quem é inocente?”. Nosso julgamento da culpa é baseado em interpretações das nossas experiências passadas que introduzimos e revivemos no presente.
Nosso ego se recusa a reconhecer que o que vemos ou ouvimos começa internamente, como um pensamento dentro da nossa própria mente. Pelo fato de o ego sobreviver de ataques, ele pune, através do ataque, todos aqueles que ele vê como culpados – inclusive a nós mesmos. Quando não damos mais nenhum valor à culpa, podemos escolher ver somente a inocência nos outros assim como em nós mesmos. Quando dizemos adeus à culpa, conseguimos dizer olá ao amor.

(Gerald G. Jampolsky)


14 abril, 2009

Vontade














Vontade estranha
sem razão, nem direção
sensação que surge
descompasso, imaginação
movimento que invade o peito
que se expressa nos sonhos
sem nome, nem forma, nem cor
somente consome...
Vontade de amor.

Regina Fernandes

10 abril, 2009

A todos uma Feliz Páscoa!














Em hebraico, temos a "Pessach", a chamada "Páscoa Judaica", que se originou quando os hebreus, há cerca de 3 mil anos, celebraram o êxodo e libertação do seu povo, após 400 anos de cativeiro no Egito, pela mão de Moisés. Comemoravam assim a passagem da escravidão para a libertação: saíram do solo egípcio, ficaram 40 anos no deserto até chegar à região da Palestina, terra prometida, atualmente chamada de Israel.

A festa da Páscoa passou a ser uma festa cristã após a última ceia de Jesus com os apóstolos, na quinta-feira santa. Os fiéis cristãos celebram a ressurreição de Cristo e sua elevação ao céu. As imagens deste momento são a morte de Jesus na cruz e a sua aparição. A celebração sempre começa na quarta-feira de cinzas e termina no domingo de Páscoa: é a chamada semana santa. A data cristã foi fixada durante o Concílio de Nicea, em 325 d.C, como sendo "o primeiro domingo após a primeira Lua Cheia que ocorre após ou no equinócio da primavera boreal".

07 abril, 2009












Ai, palavras, ai, palavras
Que estranha potência a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras
Sois de vento, ides no vento
No vento que não retorna
E, em tão rápida existência
Tudo se forma e transforma!

(Cecília Meireles)

04 abril, 2009

















Às vezes é preciso recolher-se.
O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta;
a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez
resolve sentar-se à beira dessas águas.
Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir.
É um começo de sabedoria, e dói.
Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento,
além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido.
Amar era tão infinitamente melhor;
curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico.
Não queremos escutar essa lição da vida,
amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador.
Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro
nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta.
Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade,
e ficamos quase sem sonhar.
Quem nos vê nos julga alheados,
quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre,
e a gente mesmo às vezes desconfia de que
nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz.
Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda
há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação,
este silêncio é tanto uma máscara quanto foram,
quem sabe, um dia os seus acenos.

(Lya Luft)

02 abril, 2009

Canção de Outono





















Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

(Cecilia Meireles)