23 março, 2009

Desejos vãos





















Eu queria ser o mar de altivo porte
que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a pedra que não pensa,
a pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa
o bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a Árvore tosca e tensa
que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o mar também chora de tristeza...
as árvores também... como reza,
abrem, aos céus, os braços, como um crente!
E o Sol, altivo e forte, ao fim de um dia,
tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisa-as toda gente!

(Florbela Espanca)

4 comentários:

Victor Gil disse...

Olá amiga.
Há 10 minutos estavas a entrar no meu angulo de visão. Como os desejos, que espero não sejam vãos, que tenho em nos encontrarmos algum dia.
Tenho um blog novo. É muito diferente. Tem uma explicação ao princípio.
Uma boa semana e um beijo.
Victor Gil.

Anônimo disse...

Florbela e seus intranqüilos quereres...

lindo dia flor
beijos

Anônimo disse...

Rege vim dar uma olhada nas novidades. Como sempre tudo belo.
Bj

Sole disse...

Lindo poema da Florbela, até o mar chora... pois é!

bjo Regina