30 março, 2008

200 Anos da Família Imperial no Brasil

O Paço Imperial foi a primeira residência da Família Real
e nela morou D. João VI.














Há 200 anos um fato histórico mudou a história do Brasil. A chegada de D. João VI e sua corte transformaram a principal colônia portuguesa na sede de seu governo.


No princípio do século XIX a Europa foi sacudida por uma guerra longa e violenta. Napoleão, imperador da França, organizou um exército poderosíssimo e invadiu vários países somando vitórias. Quando em Lisboa se soube que vinha aí uma invasão francesa ficou decidido que a Família Real devia partir imediatamente para o Brasil, que nessa época era uma colônia portuguesa. A Corte, a salvo do outro lado do oceano, assegurava a independência. Em 8 de março de 1808 a corte portuguesa, depois de aportar na Bahia em 22 de janeiro e assinar a Carta Régia, instala-se no Rio de Janeiro. Entre as principais realizações de D. João VI no Brasil estavam a Academia de Belas-Artes, Banco do Brasil, Biblioteca Pública, Escola da Marinha, Escola Médica, Imprensa Régia, Jardim Botânico e Teatro Real. As heranças deixadas pela passagem da Família Real no Brasil são inegáveis, sejam elas boas ou más.

Regina Fernandes

28 março, 2008

A Terapia Breve de Miller


Recentemente na Revista de Domingo do Jornal O Globo Judith Miller, filha de Lacan, fala do novo projeto de sua associação: “tratamento psicanalítico de curta duração” para os pobres. “Seria início do fim da tradicional psicanálise a longo prazo? De jeito nenhum, garantem os psicanalistas.” – escreve a jornalista. Para os ricos, a psicanálise continua a mesma: terminável e interminável, problematizando, como queria Freud, seu tempo da duração que é o tempo da subjetividade, levando-o até o ponto de “metamorfose do sujeito” (Lacan).
Ao propor duas psicanálises, à imagem e semelhança de duas justiças – a de rico e a de pobre – Miller desacredita a psicanálise de sua seriedade. Triste destino da psicanálise se ficasse nas mãos das filhas dos grandes analistas: Anna Freud reduzindo-a ao tratamento do ego e Judith Miller cortando-a em duas duvidosas fatias: uma terapia breve e grátis para os pobres e uma longa e paga para os ricos.
Miller propõe psicanálise gratuita para pobres por quatro meses que podem se prolongar por mais quatro totalizando um total de oito meses. Se os adeptos desse grupo estão propondo uma terapia breve, eles têm todo o direito, mas não se trata mais de psicanálise. Todas as tentativas de Freud de fixar o tempo de uma análise fracassaram quando não causaram dano maior ao paciente, como no caso, segundo Lacan, do Homem dos Lobos, “quatro meses podem ter ótimo efeito”. Por que quatro meses? Não é possível o psicanalista prometer curar os sintomas de um paciente a partir da análise do Inconsciente em tempo determinado. A entrada em análise depende do estabelecimento da transferência e da abertura do Inconsciente propiciado pelo ato analítico. Não há como prever o tempo de entrevista prévia e necessária a essa entrada. E, uma vez estabelecida a transferência analítica tendo o analista aceito o candidato a análise independente do que está acontecendo ele não tem o direito de convidar o analisante a se retirar por que terminou o contrato. Quando entrou no processo analítico duas vertentes estarão em jogo: a vertente sem fim, próprio à cadeia associativa das representações inconscientes, e a vertente do ser do sujeito que no final se desvela como aquilo que lhe é mais particular: sua modalidade de gozo, que resiste a toda significação, com a delícia e a amargura de ser o que é. À pergunta sobre qual será a duração do tratamento analítico a única resposta verdadeira continua sendo a pronunciada por Freud: “Ande!”.
Segundo Eliza Alvarenga, Presidente da Escola Brasileira de Psicanálise, “O fundamento: análise para todos. E o tempo pode ser prorrogado para até oito meses, dependendo do caso. Mas mesmo em períodos curtos é a psicanálise engajada com seus princípios, só que em menos tempo”. Um tal desvio da psicanálise é incompatível com seus princípios. Chamar essa terapia de psicanálise é desconsiderar que o sujeito do Inconsciente está também presente com seus desejos e sintomas nas classes mais desfavorecidas, oferecendo para eles esse tipo de tratamento que é um engodo. O preconceito é classificar os inconscientes segundo a classe social em nome de uma caridade. A velha história do lobo com pele de carneiro. O psicanalista pode e deve atuar na urgência e propor o tratamento psicanalítico para todos que o quiserem sem precisar manipular seus fundamentos. É o que diversas Sociedades e Escolas de Psicanálise, e até mesmo ambulatórios em Universidades, já fazem há muito tempo no Brasil. Isso não é novidade; sempre houve essa preocupação dos analistas independentemente de sua orientação. O analista a partir de seu ato com a oferta cria a demanda de uma análise independente do bolso do sujeito. Padronizar uma psicanálise a curto prazo é ir contra toda a luta de Lacan contra os padrões estabelecidos e burocratizados que impedem a psicanálise de se exercer na sua criatividade e singularidade de cada ato analítico. O contrato é contra o ato.
Estipular um prazo para o tratamento pode levar a um empuxo ao furor curandi do terapeuta contra o qual justamente Freud alertou os analistas iniciantes. Os analistas não devem se agrupar em brigadas terapêuticas nas comunidades. Não pode prometer a cura em quatro meses gratuitamente fazendo caridade com o furor de obter rapidamente respostas terapêuticas e fazer desaparecer o sintoma. Essa prática leva ao pior, na medida em que o sintoma é uma manifestação do sujeito que o analista deve antes de tudo acolhê-lo e fazê-lo falar ao invés de tentar liquidá-lo para engrossar as estatísticas dos êxitos da pesquisa. O analista não exerce seu ofício como obra social nem faz de seus pacientes cobaias de uma experimentação científica.
Apropriando-se da articulação que Freud estabeleceu entre a pesquisa e uma análise (uma vez que toda análise é em suma uma investigação), essa proposta enquadra essa terapia breve no âmbito da pesquisa, emparelhando-se portanto com o espírito científico de nossa época (uma das torres gêmeas) fazendo desses sujeito objetos de um protocolo à imagem dos que circulam nos centros psiquiátricos para a pesquisa de medicamentos. Por outro lado, prometer a reabilitação rápida do doente para que ele volte logo ao mercado de trabalho e ao consumo não seria estar ao serviço do discurso capitalista (a outra torre gêmea)? Não se pode pagar o alto preço do assassinato do sujeito com vistas a não se perder o trem-bala da contemporaneidade.
O capitalismo e a tecno-ciência são as torres gêmeas que sustentam o mal-estar na civilização contemporânea levando-a ao desastre e ao terror. A psicanálise não deve se submeter a elas. Nem se adaptar ao discurso capitalista com o empuxo-à-fama de seu marketing em nossa sociedade do espetáculo, nem se curvar ao discurso da ciência que rejeita a verdade do sujeito da história, do direito e do desejo. Ao se submeter a elas não há mais lugar para o Inconsciente nem para o tempo do sujeito.

(Antonio Quinet)

26 março, 2008

Considerações sobre a Mulher Alfa

Há algum tempo ando ouvindo falar sobre a “mulher alfa”. Curiosidade despertada lá fui eu aprender o que para mim é uma novidade. Descobri que ela nasceu com as conquistas do feminismo. É auto-suficiente, competente na vida profissional, líder que se destaca no mercado de trabalho, independente econômica e emocionalmente, vaidosa, gosta de cuidar de si e de seu corpo e não se importa em ser admirada pela beleza, não faz questão de ter um companheiro, gosta dos homens mas a vida a dois não satisfaz, é capaz de viver muito bem sem eles e procura reproduzir o referencial masculino na busca pela igualdade de direitos.
Alpha em grego é a primeira letra do alfabeto que significa começo (início), na biologia o macho alfa é o mais forte do bando, que lidera os animais e tem as melhores fêmeas. Partindo dos conceitos de alfa e das explicações sobre esse “novo tipo de mulher”, o que me passa é uma mulher um pouco andrógina, dominadora, que me aponta para menos sensibilidade e mais racionalidade, para muito equilíbrio e pouca emoção. Prefiro ficar com as mulheres outras, àquelas que não estão comprometidas em competir com os homens, que estão na busca constante da felicidade e na qualidade de seus relacionamentos, aquelas que sendo ou não chefes de família preocupam-se em que todos estejam bem, seguram a barra dos filhos, amigos e até parentes, fazem mágica com as finanças, são vaidosas e charmosas sem estarem impregnadas de botox e outras tecnologias. Enfim, mulheres maravilhosas que sempre existiram e foram a base da família e da sociedade, inteligentes, profissionais, femininas, mães, amantes, amigas, poesia, fortaleza, vida.

Regina Fernandes

25 março, 2008



Obrigada à amiga Teresa Martins
pelo selo que me mandou
elogiando o meu blog.

24 março, 2008

Ontem fui assistir o filme Ponto de Vista (Vantage Point) com Dennis Quaid, Matthew Fox, William Hurt e Forest Whitaker nos papéis principais. A história é passada em Salamanca, Espanha, numa conferência contra o terror, onde o presidente dos Estados Unidos é baleado, e vai ser a partir daí, em diversas cenas de flash back , sob a perspectiva de cada pessoa sobre os mesmos 15 minutos antes e imediatamente depois do tiro, que o motivo do atentado e a identidade do assassino vão ser reveladas.
Achei o filme muito bom, original, atores excelentes e que vale a pena ser visto.

23 março, 2008

Almoço de Páscoa




Quando a gente canta
Somente aquilo que a gente sente
Profundamente
Não há lugar nenhum para canção doente
Porque a alegria se derrama quente
Pois quando a gente canta alegria
A força da canção explode
Se irradia
É como a luz do sol sendo a luz da gente...