10 novembro, 2008
Talvez
Talvez não ser é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando o meio-dia
como uma flor azul, sem que caminhes
mais tarde pela névoa e os ladrilhos,
sem essa luz que levas na mão
que talvez outros não verão dourada,
que talvez ninguém soube que crescia
como a origem rubra da rosa,
sem que sejas, enfim, sem que viesses
brusca, incitante, conhecer minha vida,
aragem de roseira, trigo do vento,
e desde então sou porque tu és,
e desde então és, sou e somos
e por amor serei, serás, seremos.
(Pablo Neruda)
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2 comentários:
E por amor eu sou...
Que perfeição Neruda.
lindo dia querida flor
beijos
.
perdoa minha ausência.
Olá Regina, vim novamente fazer uma visita. Adoro os poemas que escreve aqui...
Eu reenviei o e-mail, você recebeu?
Abraços
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