20 julho, 2011

Considerações sobre o Medo

 
 
Na sociedade em que vivemos estamos frequentemente expostos à falta de segurança, num clima de violência urbana que aumenta a cada dia, o que nos torna cada vez mais frágeis e com um profundo sentimento de medo. Nesse clima cotidiano vemos crescendo o número de pessoas que procura tratamento psicoterapêutico. Além do medo individual existe também o medo coletivo, um medo social que nos imobiliza, que apresenta sintomas em nosso corpo – é o medo no corpo. Ambos podem aumentar a produção do hormônio do estresse (cortisol), acelerar a produção de colesterol (no fígado), aumentar a produção de adrenalina (causando vasoconstrição, taquicardia e sudorese), baixar a produção de serotonina (provocando angústia, desconforto, mal-estar e até mesmo fome).
No entanto, percebemos que apesar de todos estarmos expostos às pressões internas e sociais alguns se sentem mais frágeis, estão abertos para que se instalem medos patológicos subjetivos (de avião, de escuro, e outros tantos) característicos de qualquer situação em que não podemos nos defender. Essas pessoas podem apresentar quadros crônicos de terror ou síndrome do pânico. Por outro lado, existem aqueles que se sentem melhor, pois estes contam com uma “arma psicológica” que poderíamos nomear de “pensamento mágico” – a crença de que nada de ruim vai lhe acontecer.
O pensamento mágico é pensar de tal modo que acreditamos que estamos protegidos, ou que o pior só acontece com os outros. Esse pensamento é comum a todos nós. E isso não é de todo ruim se acontecer na “dose certa”. Para viver é preciso ter um pouco desse pensamento mágico, uma força psíquica que pode ter a ver com religião, com fé, mas que também pode não ter nada a ver com isso. É um sentimento pessoal que nos traz segurança, pois afinal, quem pensa racionalmente em todos os perigos aos quais estamos expostos acaba sem conseguir sair de casa.
Havendo saúde mental os estímulos para esse tipo de raciocínio (pensamento mágico) vêm de fontes externas e internas. É normal que nos valhamos desse tipo de pensamento para nos adaptarmos às dificuldades da vida, o que se difere da patologia, em estados doentios, onde os devaneios ou fugas da realidade estão emancipados da vontade e são impostos aos sujeitos de forma absoluta e tirânica.
Procure descobrir o que o medo simboliza para você. O que ele representa. Acontece com o medo o mesmo que com outros sentimentos: quanto mais o negamos, mais poderoso ele se torna
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Regina Fernandes

Um comentário:

dilita disse...

Li com muito interesse este apontamento,explicação, sobre os mêdos. Não sofro deles felismente,mas tenho outras manías,várias mesmo.Eu sei...
Grata por estes exclarecimentos,é bom haver quem ilucide e é bom tomar conhecimento.
Fico à espera de mais...
De Portugal,sou a tal Fernandes.
Dília Maria