21 setembro, 2010

É Primavera!


"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la." 

(Cecilia Meireles)

17 setembro, 2010

A Origem do Chá



De origem secular o chá oferece propriedades terapêuticas que recuperam o corpo e a alma.

Existem muitas lendas e mitos sobre a história do chá. A mais conhecida conta que sua orígem remonta cinco mil anos, na China, durante o reinado do Imperador Sheng Nong que, preocupado com as epidemias que devastavam seu reinado, determinou que todas as pessoas fervessem a água antes de consumi-la. Certo dia, o imperador descansava sob a sombra de uma árvore e pediu um pouco de água fervida para beber. Enquanto esperava que a água fervesse, algumas folhas de um arbusto caíram dentro de seu copo deixando a água com uma tonalidade escura. O imperador decidiu provar e gostou do sabor agradável e doce. A partir desse momento ficou adepto do chá e com isso fazendo com que seu povo também usasse a bebida.

O chá chegou ao Ocidente no final do século XV com os portugueses, que traziam de suas viagens ao Oriente carregamentos de chá, até o porto de Lisboa, que depois eram levados para a Holanda e França. Não demorou muito para toda a Europa começar a importar as folhas do chá.

O consumo do chá na Inglaterra é atribuido à Catarina de Bragança, princesa portuguesa que se casou com Carlos II da Inglaterra, em meados de 1660. Catarina patrocinava "Tea Parties", reuniões nas quais o chá passou a ser apreciado pelas mulheres e, posteriormente ganhou a adesão do paladar masculino. O chá invadiu as ruas e passou a ser servido também nas cafeterias de Londres. Seu consumo foi crescendo de tal maneira que passou a ser apreciado a qualquer hora do dia e da noite até o início do século XIX, quando o tradicional "Chá das Cinco" (five o'clock tea) foi instituído pela sétima Duquesa de Bedford, em Londres.

(fonte: Lupo Magazine Institucional)

16 setembro, 2010

Nota Carioca

(La Siesta (1850)  - Rugendas)


A partir de amanhã (sexta-feira /17 de setembro), o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) recebe a exposição "Coleção Brasiliana Itaú", com mais de 300 peças da coleção do banqueiro Olavo Setubal – entre pinturas, aquarelas, desenhos, gravuras, mapas e livros – ligadas à história do Brasil. 

A mostra fica em exbição até o dia 21 de novembro, de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados, domingos e feriados, das 12h às 17h.

Vale a pena conferir!

O Museu Nacional de Belas Artes fica na Av. Rio Branco, 199 – Centro – Rio de Janeiro/RJ. 
Informações: (21) 2219-8474

10 setembro, 2010


Na véspera de nada
Ninguém me visitou.
Olhei atento a estrada
Durante todo o dia
Mas ninguém vinha ou via,
Ninguém aqui chegou.
Mas talvez não chegar
Queira dizer que há
Outra estrada que achar,
Certa estrada que está,
Como quando da festa
Se esquece quem lá está.

(Fernando Pessoa)

06 setembro, 2010



Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago....e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco. Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

(Luiz Fernando Veríssimo)

03 setembro, 2010

A Lista



Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

(Oswaldo Montenegro)

01 setembro, 2010

Alma perdida


 
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...
 
 
(Florbela Espanca)