23 fevereiro, 2010
O amor antigo
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o amor antigo, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
(Carlos Drummond de Andrade)
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Um comentário:
Olá Regina! Como vai?
Lindos versos de amor antigo do Drummond. Bela Postagem!
Beijos de carinho e meu desejo de um findi cheio de paz e amor!
RO
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