Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.
Faze canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim como lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém,
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim como lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém,
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.
Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és
Um jardim ostentivo e reservado,
Por trás do qual a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês...
Por trás do qual a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês...
(Fernando Pessoa)
4 comentários:
Fernando Pessoa é imbatível." Deixa as flores que vêm do chão crescer e deixa as ervas naturais medrar". Esta frase como todo o poema nos levar a pensar no que somos e o que podemos ser visivelmente. Parabéns pela escolha.Abraços Eloah
Olá Regina!
Como vai?
Passando para matar saudades e ler o precioso poema de Pessoa... Bela postagem, parabéns!
Beijo azul,
Ro
Olá!
Visitei seu blog e gostei muito. Sou sua mais nova seguidora. Gostaria de convidar você a visitar e, se gostar, também seguir meu recém criado blog MUNDO PSI.
Abçs,
Karina.
Querida, saudades tantas!
Fiquei feliz com a família toda juntinha. Que bênçao!
O blog continua impecável. Não cansode vir espiarde vez em quando.
Botei a preguiça de lado e postei mais uma abobrinha o Baú.
Beijo grande.
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