23 janeiro, 2010

Arlequim, Pierrô e Colombina



Arlequim, Pierrô e Colombina são personagens oriundos da “Commedia dell’Arte”.

A "Commedia dell' Arte” começou no séc. XV na Itália, depois se desenvolveu na França e se manteve popular até o séc. XVIII. Ao contrário do teatro escrito, muito na moda entre os nobres, os atores da Commedia eram itinerantes e ao chegarem à cidade em suas carroças pediam permissão para se apresentar em praças públicas, ao ar livre ou em pequenos palcos improvisados. Possuíam uma estrutura de esquema familiar, seguiam apenas um roteiro, que se denominava “canovacci”, mas tinham total liberdade de criação. Os personagens eram fixos, sendo que muitos atores viviam exclusivamente esses papéis até a sua morte.

As encenações teatrais apresentavam na época um novo estilo e uma nova linguagem, caracterizados pela utilização da comédia e seu objetivo era o de entreter o grande público que lhe era fiel, provocando o riso através do recurso da música, dança, acrobacias e diálogos cheios de ironia e humor.

Os temas nasciam das fantasias das gentes simples, dos camponeses, das histórias antigas, das canções dos trovadores medievais. Alguns dos “tipos” são tão arquetípicos que a gente reconhece à distância: os velhos tolos, os servos espertos, os soldados fanfarrões, as jovens enamoradas.

Os atores usavam máscaras para caracterizar seus personagens, mas diferentemente do teatro tradicional, os papéis femininos eram interpretados por mulheres de verdade e não homens fantasiados de mulher.

A Colombina era a mais famosa delas. Em geral aparece como uma serva ou empregada de alguma dama e é caracterizada como uma moça linda e inteligente, de humor rápido e irônico, sempre envolvida em intrigas e fofocas, apaixonada por Arlequim, amada em segredo pelo romântico Pierrô.

O Pierrô, só começa a existir mais tarde, por volta de 1665, na França. Antes disso, ele era Pedrolino, o irmão caçula, que herdava roupas dos mais velhos, sempre maiores do que o seu tamanho e dormia na palha junto com os animais. Era a vítima favorita das brincadeiras dos outros, mas nunca perdia uma certa dignidade silenciosa que vai marcar sua vida de “personagem” e torná-lo famoso. Dizem que os palhaços são herdeiros de Pierrô, cuja máscara era apenas seu rosto pintado de branco. Apaixonado por Colombina, ele vai viver seu amor impossível e envolvê-la em sonhos que ele canta nas noites de luar.

O Arlequim é o mais famoso e talvez o mais antigo dos personagens. Sua roupa é feita de losangos coloridos que o identificam como um servo. Também ele é apaixonado por Colombina, mas nem sempre é fiel e o romance dos dois é cheio de idas e vindas.

Estes velhos mascarados e seus amores, que saíram do teatro para as ruas nos carnavais de Veneza, vem há muito tempo colorir nossas folias e viraram canções e marchinhas que até hoje são cantadas pelos foliões brasileiros.


  Um pierrô apaixonado
que vivia só cantando
por causa de uma colombina
acabou chorando, acabou chorando.
A colombina entrou num butiquim
bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
vai tomar sorvete com o arlequim.
Um grande amor tem sempre um triste fim
com o pierrô aconteceu assim
levando esse grande chute
foi tomar vermute com amendoim.

(Composição: Noel Rosa e Heitor dos Prazeres – 1935)



(Fonte: Wikipedia)

2 comentários:

Merciasz disse...

Muito interessante...viva o carnaval, cheio de colombinas, arlequis e pierros.

bj

Heldinha disse...

Oi Reginaa

Estamos esquentando os tamborins, uhuuu Beijos mil