Existe um ditado popular bastante antigo que diz: “de médico e de louco todos nós temos um pouco”. E é a mais pura verdade. Não existe aquele que nunca recomendou um remedinho, diagnosticou os sintomas de um amigo ou parente, explicou a gravidade de uma doença como se fosse uma autoridade no assunto, isso sem falar na famigerada automedicação que traz ao ser humano um enorme risco de perder a vida.
No caso da loucura então tudo piora! Podemos dizer que existem dois tipos de loucura. Em primeiro lugar temos o “louco de carteirinha”, aquele no sentido mais duro da palavra quando nos referimos aos esquizofrênicos, paranóicos, toda essa gama de problemas mentais que enchem os manicômios e as salas de psiquiatria e que são sempre excluídos da sociedade. A imagem de uma pessoa louca é uma das mais fixadas no imaginário coletivo. É sempre de alguém descontrolado, agressivo. Infelizmente uma imagem totalmente estereotipada.
Em segundo lugar, temos o “louco beleza” que somos todos nós, pessoas “normais”, com seus desvios comportamentais tais como esquisitices, manias, fobias, neuroses, medos, etc, que andam por aí, quase tristes, quase felizes, com encantos e desencantos, buscando pela felicidade sonhada, andando por um caminho cheio de pedras, cheio de flores, fazendo da vida uma estranha festa, sabendo que nada é para sempre, com a única certeza de que se parar, se desistir, perde a magia.
Portanto somos assim todos iguais, cada um com sua loucura, simples seres humanos, sem asa, mas que voam através da alma rompendo as trevas, a solidão, a tristeza, sempre em busca do arco-íris, da luz, da esperança.
Regina Fernandes
Psicanalista
2 comentários:
Regina querida,
Cá estou a ler seua crônicas.
Essa realmente é um verdadeiro tratado sobre à loucura.
Gostei muito do texto e agradeço por vc dividir comigo esse espaço tão acolhedor e construtivo
Beijocas da Lia
Obrigada Lia, volte sempre querida me dá muito prazer.
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