31 maio, 2009
30 maio, 2009
Síndrome da Alienação Parental ( SAP)
A Síndrome da Alienação Parental - SAP- (diagnosticada desde 1985) caracteriza-se por uma série de comportamentos usados por um dos genitores, no contexto da disputa da guarda dos filhos, com o objetivo hostilizar e afastar (física e emocionalmente) a criança do pai, ou da mãe, e que afeta filhos de pais separados ou divorciados.
Nenhuma criança deve ser obrigada a escolher entre o pai ou a mãe. Os efeitos nas vítimas dessa síndrome são devastadores. Denegrir a imagem moral do genitor alienado perante os filhos é uma forma de abuso psicológico - sutil, subjetivo e difícil de ser mensurado, mas que poderá trazer sérias conseqüências psicológicas e provocar problemas psiquiátricos pelo resto da vida.
Em geral, para evitar esses efeitos, a família deve procurar um profissional que conheça profundamente a síndrome, suas origens e conseqüências, e o modo como combatê-la, e intervir o mais rapidamente possível para que seus efeitos não sejam irreversíveis.
29 maio, 2009
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
(Cecília Meireles)
26 maio, 2009
Onda e amor, onde amor, ando indagando
ao largo vento e à rocha imperativa,
e a tudo me arremesso, nesse quando
amanhece frescor de coisa viva.
As almas, não, as almas vão pairando,
e, esquecendo a lição que já se esquiva,
tornam amor humor, e vago e brando
o que é de natureza corrosiva.
N´água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.
E nem os elementos encantados
sabem do amor que os punge e que é, pungido,
uma fogueira a arder no dia findo.
(Carlos Drummond de Andrade)
23 maio, 2009
Laços de Ternura
Meu avô Chiquito nasceu em Portugal, na aldeia de Chacim, em Macedo de Cavaleiros, Distrito de Bragança, na província de Trás-os-Montes.
Chegou ao Brasil ainda menino, aos 9 anos de idade e nunca perdeu o sotaque. Durante toda sua vida falava de sua terrinha, dos castanheiros, tudo com muita ternura e muita saudade. Voltou algumas poucas vezes, a passeio com minha avó e sempre nos contava de seus encantos.
Deixo aqui um pedacinho do coração de meu avô.
Trás-os-Montes, é uma província portuguesa, de Portugal Continental, criada no século XV, que compreende sobretudo vastas extensões de planaltos elevados dominados por algumas serras, não muito altas e cortadas por bacias.
Foi conhecida por Comarca até ao século XVI, passando, a partir daí, a ser conhecida por Província. Tradicionalmente, o território de Trás-os-Montes é limitado a norte pela Galiza, a leste por Leão, a oeste pelo rio Tâmega e a sul, pelo rio Douro. Estes limites, variaram, ligeiramente, ao longo dos tempos.
O clima desta região reflete a influência da cadeia montanhosa e a da sua posição no conjunto da Península Ibérica. Os contrastes térmicos acentuam-se: invernos mais frios e secos (com temperaturas inferiores a zero graus e com o solo coberto de neve, por vezes durante largos períodos) e verões mais quentes.
Estas características físicas influenciam claramente as atividades rurais ainda muito ligadas às tradições. No planalto transmontano, a organização do espaço rural está estruturada a partir das unidades de povoamento aglomerado (casas muito juntas umas das outras), características da região. Em torno de cada aldeia ficam primeiramente as culturas mais delicadas e exigentes, como a horticultura. Essas culturas aparecem também ao longo dos rios, mas aí dominam os prados naturais, designados por lameiros. A seguir, ficam os campos de cereal abertos. Acrescente-se ainda a presença de árvores frutíferas, muitas vezes no anel de agricultura intensiva, junto à aldeia, e a vinha em alguma encosta mais propícia.
Trás-os-Montes é assim, uma região que tem os seus encantos e seu povo continua a manter, em grande parte, as suas tradições.
(postagem feita com a colaboração da minha irmã Flavia Fernandes)
22 maio, 2009
Momento Fotográfico
Museu do Ingá (Niterói/RJ)
(antigo Palácio do Governo)
O Palácio Nilo Peçanha, conhecido como Palácio do Ingá, foi construído para ser residência do médico e político Dr. José Martins Rocha, em meados de 1860. Em 1896, após sua morte, a família vendeu o imóvel ao industrial português José Francisco Correa, Conde de Agrolongo, dono da Manufatura de Fumos e Cigarros Veado. O Conde de Agrolongo reformou a mansão, onde realizava festas e recepções que, na época, ganharam fama. Em 1903, retirou-se para Portugal, vendendo a residência e seus pertences em leilão.
No ano de 1903, Niterói voltava a ser capital do Estado e o governador Nilo Peçanha resolveu adquirir o palacete para sede do governo. A escritura foi assinada em 30 de junho de 1904. Desde então moraram e despacharam, no Palácio do Ingá, 43 governadores eleitos, interventores e interinos. Seu último ocupante foi o governador Raimundo Padilha, antecedendo a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e Guanabara, em 1975. O palácio foi transformado, então, em Museu Histórico do Rio de Janeiro. Um ano depois foi criado o Museu de Artes e Tradições Populares que, inicialmente, tinha administração independente. Em 1991, através de decreto, os dois museus fundiram-se num só - Museu de História e Artes do Rio de Janeiro.
Para acomodar o Museu de História e Artes do Rio de Janeiro e suas oficinas de arte, o prédio sofreu algumas modificações internas. O museu possui um acervo de aproximadamente 4.800 peças entre mobiliário, porcelanas, documentos, cristais, esculturas, fotografias e numismática, além de obras de artistas de renome, como Antônio Parreiras, Licínio Albuquerque e Quirino Campofiorito. Outra parte do acervo é formada por peças da arte e tradições populares brasileiras, com destaque para peças do Mestre Vitalino. O museu possui ainda uma biblioteca especializada em história, artes plásticas, arte popular e folclore, além das salas destinadas às exposições temporárias.
17 maio, 2009
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
(Fernando Pessoa- Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914)
16 maio, 2009
15 maio, 2009
A Dança
Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
senão assim deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Ante de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e as coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se dependiam,
perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas encheram o outono.
(Pablo Neruda)
13 maio, 2009
Poética I
12 maio, 2009
11 maio, 2009
Parabéns aos noivos Fabio e Lilian! Muitas felicidades e muito amor em suas vidas!
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
(Vinicius de Morais)
09 maio, 2009
Dia das Mães!
No próximo domingo estaremos comemorando o Dia das Mães. Deixo aqui minha homenagem e o meu carinho à todas as mães e em especial à minha.
Mãe! hoje eu volto a te ver na antiga sala
onde uma noite te deixei sem fala
dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
porque a sina das mães é esta sina:
amar, cuidar, criar e depois perder.
Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
sorrindo, o rouba, e a velha mãe aflita
ainda se volta para abençoá-la.
Assim parti, e nos abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
olhando o leito que eu deixei vazio,
cantando uma cantiga de ninar.
Hoje volto coberto de poeira
e te encontro quietinha na cadeira,
a cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
não sinto que me caiba este direito.
O direito de dar-te este desgosto,
de te mostrar nas rugas do meu rosto
toda a miséria que me aconteceu.
E quando vires e expressão horrível
da minha máscara irreconhecível,
minha voz rouca murmurar:''Sou eu!"
Eu bebi na taberna dos cretinos,
eu brandi o punhal dos assassinos,
eu andei pelo braço dos canalhas.
Eu fui jogral em todas as comédias,
eu fui vilão em todas as tragédias,
eu fui covarde em todas as batalhas.
Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
e só agora, quando chego ao fim,
traído pela última esperança,
e só agora quando a dor me alcança
lembro quem nunca se esqueceu de mim.
Não! Eu devo voltar, ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
a cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
e, me envolvendo num milhão de abraços,
rendendo graças, diz:
"Meu filho!", e chora.
E chora e treme como fala e ri,
e parece que Deus entrou aqui,
em vez de o último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
quase é como se o Céu me perdoasse,
me limpasse de todos os pecados.
Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
que eu compreendo o que significa:
o filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!
Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
mas que me beija como agradecendo
toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
mas tu me olhas num olhar tão doce
que , nada tendo, não te falta nada.
Dia das Mães! É o dia da bondade
maior que todo o mal da humanidade
purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um mesquinho,
enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
cantará a esperança para o mundo!
(Giuseppe Ghiaroni)
07 maio, 2009
05 maio, 2009
Lasar Segall
Lasar Segall nasceu no dia 21 de julho de 1891 em Vilna, Lituânia. Abandonou a terra natal ainda jovem, chegando em Berlim em 1906, onde cursou a Academia de Belas Artes e conquistou inúmeras premiações. Após permanecer três anos na academia foi desligado, pois participou de uma exposição de vanguarda, onde ganhou o prêmio Max Liebermann. Foi para Dresde e lá matriculou-se na escola de Belas Artes local, onde pode manter seu próprio atelier por ser assistente-aluno, assim desfrutou de total liberdade de expressão. Realizou no ano de 1909 sua primeira individual, sua pintura impressionista passa paulatinamente a ser expressionista.
Em 1912 veio ao Brasil e no ano seguinte expôs suas pinturas com conotação tipicamente moderna, em São Paulo e Campinas, porém foi friamente recebido pelos críticos. Logo em seguida Lasar foi à Alemanha por motivos de saúde e por ser cidadão russo ficou num campo de concentração, dois anos depois conseguiu autorização para voltar a Dresde onde publicou três álbuns de gravuras. Realizou exposições individuais em Hagem (1920), Frankfurt (1921) e Leipzig (1923).
Aos 32 anos já tinha um estilo pessoal, se expressava com o auxílio de um desenho anguloso e de um colorido cru e forte, deformando o corpo humano para melhor externar as paixões e sentimentos.
A partir de 1923 voltou ao Brasil (São Paulo) onde realizou imensos murais para a decoração do Pavilhão de Arte Moderna. Em 1927 Segall naturalizou-se brasileiro e começou a esculpir. Depois de uma exposição de sucesso em 1931, em Paris, passou a residir em São Paulo, onde morreu no dia 2 de agosto de 1957.
Segall foi um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna - SPAM (1932) da qual se tornou diretor até 1935.
Dez anos após sua morte a casa onde morava na Vila Mariana (SP) é transformada no Museu Lasar Segall.
04 maio, 2009
01 maio, 2009
Assinar:
Postagens (Atom)